agosto 22, 2008

18 regredidos

Venho eu, confessar neste pergaminho velho, todas as minhas angústias, meus conflitos internos e minha falta de paciência.
Venho eu, lembrar-vos que sou humana e tenho meus medos e cometo meus erros.
Mas, venho principalmente confidenciar que minha vontade de voltar a ser criança é imensa. Pode ser um gesto de covardia, por não querer enfrentar os problemas de gente grande, afinal, para uma criança tudo é muito simples, para elas é como se tudo que nós precisássemos caísse do céu na hora exata. E a vida é bela e perfeita.
Quisera eu desfrutar de tanto otimismo, quisera eu deixar o realismo um pouco de lado. Porém a vida parece querer fazer questão de me mostrar que dificuldades existem, e estão em cada esquina. Devo eu desencorajar-me?
Seguirei os meus planos, seguirei os meus sonhos. E quando todos eles tiverem dado certo, ajoelharei agradecendo por cada vitória. Enquanto isso não acontece, deixa-me ser criança de novo? Permita-me ter medo do escuro, chorar quando tiver vontade e ter meus sentimentos respeitados? Permita-me não precisar agir com rispidez, deixe-me apenas só, no meu canto quando eu precisar? Permita-me fechar meu coração que já não quer mais obedecer minhas ordens, pois está tão cansado quanto eu?* Permita-me deixar viver da maneira mais saudável possível, e assim, ficaremos em paz.

*Maurício (Legião Urbana)

Fernando Pessoa

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."