outubro 16, 2008

'Se o que é errado ficou certo as coisas são como elas são..."

"Isso que acontece com a gente, acontece sempre com qualquer casal, isso... Ataca de repente, não respeita cor, credo ou classe social. Isso parecia que não ia acontecer com a gente..."

Hoje o dia estava estranho e junto a ele, meu humor. Tenho crises constantes de "anti-socialismo", e talvez nesta quinta-feira isso tenha me acometido. Não escrevi nenhum "eu te amo". Não roubei nem procurei nenhum beijo. Apenas me obriguei a fingir que estava tudo bem porque não queria dar explicações. Mas parece que eu finjo muito mal.
O que pode ser? Insegurança, stress, ansiedade? Eu não sei. Só sei que não foi totalmente culpa minha. Cada um teve a atitude exata pra tudo ficar como ficou. Entre brincadeirinhas bobas eu fui relevando, relevando, relevando. Até que elas começaram a me magoar de verdade, por mais que eu soubesse que era da boca pra fora. E a personalidade anti-social ia aflorando, aflorando e chegou ao ápice. A ponto de dizer "vou ao banheiro", ir, sair, não ver e vir direto pra casa sem olhar pra trás, sem pensar muito, sem procurar, até porque eu me conheço e sei o que aconteceria se o visse.
Estava precisando de um tempo pra mim, e acho que tomei a melhor decisão no momento, embora eu não aconselhe ninguém a fazer isso, de largar uma pessoa talvez te esperando. Mas a minha auto-estima foi levemente abalada. Pode ser frescura, mas eu sou frágil pra essas coisas. E não acho que seja frescura, porque se trata dos meus sentimentos, da opinião que EU tenho sobre MIM mesma. Se trata do fato de hoje eu me olhar no espelho e dizer "estou um monstro".
Por que as coisas ruins parecem tão doídas? Será que nós damos a elas mais importância do que deveríamos dar?
Aqui quem escreve é alguém que precisa estar sozinha, em paz, em silêncio, na luz ou de preferência na escuridão para não ser notada.

Fernando Pessoa

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."