fevereiro 14, 2009

Boomerang Blues

A jovem caminhava sem rumo certo, brincando com os pés no que
restava das ondas na areia, apenas uma camada finíssima da espuma.Olhava para baixo mal notando que a praia deserta, de céu cinzento começava a receber seus primeiros visitantes, ao longe. Vestia algo que parecia ser apenas um pano frágil nada elegante, mas confortável quando exposto a leve brisa marítima.

Ele não podia acreditar que estava mesmo vendo, que não era uma alucinação. Coincidência ou destino? Apressou seus passos, um sorriso confiante tentando permanecer em seu rosto. Mas quando se aproximou,sentiu a grande confiança como algum sentimento pequeno e sem importância diante do olhar daquela mulher. Não estava surpresa, nem parecia incomodada com a presença dele ali. Apenas parecia não considerar aquele encontro como obra do destino. Foi apenas uma casualidade.

Casualidade. A definição perfeita, a qual não escapou dos olhos dele, um par de águas-marinhas fitando-a intensamente. Então ele virou-se, em silêncio e seguiu seu caminho, sem olhar para trás e nem ela olhando para frente enquanto ele estivesse ali...


Cá estou, às nove da manhã, escrevendo sobre as casualidades da vida. Vingança? Não tem nada a ver com isso, mesmo com o título, que se refere a uma música. "Tudo o que você faz, um dia volta pra você" sendo ruim, sendo bom. E na verdade não sinto gosto de vingança, uma pontada de orgulho apenas. No mais, nada, absolutamente. E isso me leva a uma incrível satisfação, porque achei não ser capaz de superar esse "estágio". Mas estou aqui.

;)

Fernando Pessoa

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."