julho 05, 2007

O proibido é mais desejado.

1.Aquilo que se impede de fazer, o que não é permitido .2. Inviável, ilícito.
[OBS: Definição pessoal já que meu tão fiel dicionário me deixou na mão agora u.u"]

Sim. Existem pessoas, pessoas e pessoas. As que apenas obedecem, as que desobedecem sem saber porquê, as que obedecem mas remoem o desejo de se rebelar dentro de si e aquelas que mais incomodam: desobedecem e sabem porque. Mas o proibido sempre nos intriga, deixa-nos com aquela vontadinha de fazer exatamente o contrário. Essa vontade pode simplesmente adormecer, ou despertar ainda mais se transformando numa ação. Aí pode estar a diferença de mudar ou não. Nossas atitudes tem de ser conscientes, embora nem sempre corretas aos olhos da lei ou das pessoas.Mas eu gostaria que mais pessoas ousassem e perguntassem o porquê das coisas. E o proibido nos parece sempre algo que remete à uma ditadura terrível. Muitas coisas já não podem ser como eram antes porque já não existem mais pessoas para obedecê-las. Finalmente há a liberdade de expressão tão desejada na década de 70.

Proibições legais e proibições morais. As segundas, mais fáceis de se desobedecer, e as primeiras, bem sempre há um desvio aqui ou ali, todos sabem. Ficamos até com medo de acreditar nas coisas, as pessoas são mais desconfiadas e inseguras, até reprimidas. Isso se torna evidente nos dias de hoje.

Existem proibições que são bastante consideráveis, até porque as fazem visando o bem-estar da sociedade em geral. Ou talvez não? Talvez a façam temendo que algo não saia do jeito deles e a gente saia ganhando em vez dos próprios? E aí? Viram aquela parte da desconfiança que eu havia dito anteriormente? Hoje em dia quem dizer que sabe de tudo ou está sendo equivocado ou está mentindo. Achamos que sabemos. Visão pessimista? Não, apenas realista. Se vivessêmos em um lugar julgado melhor pela maioria, eu não teria essa opinião. Mas por que desobedecer? Talvez para satisfazer um capricho e sentir o coração pulsar mais rápido. Talvez simplesmente por uma revolta sem causa? Ou ainda, talvez, juntando essas duas coisas, mas a uma causa, algo realmente considerável? Os mais fortes são aqueles que sabem argumentar e apontar o erro. São também os mais perigosos aos olhos dos ambiciosos e trapaceiros. Porém acho que ainda é graças a pessoas assim que as coisas mudaram. Só que essas pessoas estão entrando em extinção e aparece agora uma outra espécie de ser humano: o acomodado, vulgo "tanto faz se não me atingir". A política está uma droga, os preços estão subindo, a violência aumentando. Mas e daí? Isso não me atinge, savvy?
É desses que eu também tenho medo. O mundo pode estar explodindo ao seu lado e eles ainda estão sentados no sofá assistindo. São até capazes de buscar uma pipoquinha e um refrigerante na cozinha para acompanhar o espetáculo.

Nesse mundo em que as pessoas se tornam cada vez mais individualistas, materialistas e fúteis, ainda se acham aberrações como eu, que vê tudo isso acontecer com um olhar indignado, mas que sozinha não poderá fazer nada. Contar aos amigos? Eles rirão da minha cara. Mas o dia que eu puder soltar tudo isso, como estou fazendo hoje aqui, com certeza sentirei que meu papel estará sendo cumprido. A tarefa de consertar tudo é deveras árdua, complicada e a mais difícil e complexa que existe. A doença do comodismo é contrariada pela rebeldia sem causa, juntando-se aos grupos do senso comum e do círculo vicioso. Assusta, cansa, mas talvez um dia acabe. Talvez aos poucos, talvez explodindo tudo de vez. Explodir seria a maneira mais simples. Há a bomba atômica não? Existem pessoas que dizem que só haverá mudança com uma grande devastação. Talvez sim, talvez não, quem irá saber? O meu medo é que isso aconteça e de nada adiante. Além de várias vidas serem tiradas por nada.
Hum, mudei radicalmente o assunto foi? Acho que apenas fiz minha ligação das coisas. E proibir refrigerante na festa junina é deveras RIDÍCULO.

3 comentários:

Unknown disse...

Sinto lhe dizer, cara 'A'... Mas pense pelo outro lado - aquele do "senta no sofá, olha tudo isso, dá risada, se vira, toma um gole de coca-cola ou qualquer outra porcaria da globalização e volta a assistir" - Somos nós, os jovens que vêem pessoas falando sobre o mundo acabando e nos trazendo à tona planos quase utópicos e dizendo para nós: "É isso aí, agora façam a sua parte!"... Ahhhn, que parte? Como vamos botar em prática colocar aqueles vidros escuros que captam energia solar, com a merda de salário que todos ganham? Ou a nossa parte é fazer o que simplesmente já fazemos? Reciclar o lixo, tentar peidar menos, tomar banho de 5 minutos, etc etc etc!

Agora proibir refrigerante na festa junina pode ter a ver com os gases... Me poupem, depois não querem ver jovens alcoolizados ¬¬

Anônimo disse...

o negócio é fazer contrabando de refrigerante pra dentro das escolas do Brasil :x

Anônimo disse...

amovocês

Fernando Pessoa

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."