novembro 05, 2007

Era uma vez...

Uma menina chata e sem graça. Apagada. Uma garota que sentiu saudade do passado, medo do futuro e indiferença pelo presente. Um dia seu sonho foi ser protagonista da grande peça que chamamos vida. Depois percebeu que não era bem assim. Ao meu ver, ela nem tinha motivos pra existir, não fosse a alegria e orgulho que causou em seus genitores, visto que isso poderia ser motivo de otimismo. Mas não foi.

Era uma vez uma menina com sonhos, com receios e com planos. Sim, ela sonhava acordada. E às vezes chegava a ser irritante de tão realista. Era uma boa amizade? Sim, muito boa. Mas quem liga pra essas coisas? Vamos adiante.

Era uma vez uma menina que queria ser ouvida para mudar a situação e não sabia como. No fim das contas morreu de desgosto e mau humor e deu lugar à alguém que ela mesma desconhece. O que ela tem a dizer hoje? Vão todos à merda, já que é oportuno demais se importar com os outros.

Ponto final.

Um comentário:

Anônimo disse...

Era uma vez uma menina que morava numa cidade longe (de mim). Ela viu o seu próprio brilho sendo esmaecido pelo brilho de outros. Ela achava que não tinha brilho, talvez tinha se esquecido dele. Ao ver dela, não tinha motivos para existir. E ao meu, nem tem mesmo, quem é que afinal tem motivo pra ficar participando dessa peça louca?
Ela sofria com seus sonhos, tão reais e tão irreais ao mesmo tempo! Ah quem não sente dor por isso?
Um dia cinza, um belo dia, ela resolveu ceder o seu lugar no ônibus. Ela estava cansada e perdida, não sabia o que fazer, ela tinha que fazer algo.
Resolveu descer do ônibus e procurar novos caminhos. Um novo conhecimento, um novo começo, é... Começo! Ela sabe que nunca mais estará em casa de novo.
Mas somos todos nômades, não devemos negar nossos instintos.

Fernando Pessoa

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."